segunda-feira, 12 de março de 2012

Manteiga de salva


Por respeito a um dos nossos instintos mais básicos, a fome, e a todos aqueles forçados a suportá-la, ou que sob o seu peso sucumbiram, evito dizer "não gosto" ou "não como isto ou aquilo"... Porém, também me facilita muito a vida ser saudável e "boa boca"... tenho poupado tempo e dinheiro!
Prefiro salgados a doces e não me nego a fritos e gorduras, cingidos, claro à faixa da contenção. Como tal, são poucos os dias em que não como uma fatia de pão, torrada ou não, com manteiga.
Já há tempos lembrei-me de acrescentar uma mais-valia ao petisco. Porque não refinar o sabor, juntando-lhe alguma erva aromática?

(A salva é tida por diversos povos como uma planta sagrada. Eficaz no combate de inflamações da boca e garganta. Em chá é tónico digestivo e equilibra o sistema nervoso. Desaconselhada a gestantes e lactantes.)

Não passou de ontem. Fui à horta, colhi uns raminhos de salva (ena, planta resistente que nem  gelo, nem calor a esmorecem!) e na tábua da cozinha, piquei-a o mais possível. Do pacote da manteiga retirei umas colheradas e com as mãos envolvi com a erva picada. Ficou uma pasta sarapintada que imediatamente provei e depois enfrasquei. Acho que a manteiga fica mais leve, saudável e menos monótona.
Porque não experimenta com esta, ou com outra erva?!

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(Dez dias depois...) 
Deixei o frasco fora do frigorífico e comecei a notar um cheiro menos agradável na manteiga.
Aconselho a não fazer grande quantidade, a guardar no frigorífico, por alguns dias, ou então a secar a planta antes de a juntar à manteiga. A humidade da erva fresca ao ser adicionada à manteiga, pode não ter bom efeito a médio/longo prazo...)